terça-feira, 3 de novembro de 2009

Capítulo XXVI – Calibrada sem dúvida alguma


Pegou na caçadeira, fez pontaria à televisão, fez pontaria ao irmão que estava sentado no sofá da sala e a vários objectos que se encontravam em seu redor, para verificar se a mira do “ferro” estava em condições. Por fim, resolveu virar a arma para o ar, carregou no gatilho, e esta disparou-se automaticamente, causando para além do estrondo um grande rombo no telhado. Ficou atónito, como não seria de admirar, uma vez que pensava que a arma estava descarregada, e caso tivesse premido o gatilho antes, teria sido uma desgraça.
Mas como não era dia de caça, outros dias e outros tiros haveriam de ser dados tendo este a certeza que aquela arma estaria devidamente carregada.

Capítulo XXV – Tudo tem o seu valor acrescentado

Os contos ainda perduravam nas trocas comerciais mas os euros já avizinhavam a sua presença, mas independentemente da escolha de uma ou outra moeda, a quantia era substancial, e o dinheiro estava destinado para a compra de uma viatura, a qual daria bastante jeito na lida do monte. Até a data do negócio já estava assente no calendário.
Na altura, os jornais diários começaram a apresentar um outro tipo de publicidade personalizada, e para quem não tivesse companheira ou fosse mais impressionável, poderia perder horas e horas a sacar os números de telefone das folhas centrais do correio da manhã, a maior parte deles de valor acrescentado.
Todos os santos dias, ele sacava números e mais números, e ligava para suas novas “namoradas”. Um novo dia era sempre igual ao anterior. Passava-o agarrado ao auscultador a ouvir gemidos e outros incentivos de cariz sexual. A Portugal Telecom ao aperceber-se da brutalidade que a conta já apresentava, resolveu acabar-lhe com as “coisas boas da vida”, com a a apresentação da factura; cujo valor correspondia sensivelmente ao montante que este tinha para a compra da viatura. Rsss
Emitido o recibo, nem dinheiro nem viatura e tudo voltou a ser como dantes...

Capítulo XXIV- Gravidez indesejada



A barriga já era por demais evidente e toda a população conhecia o seu estado. O médico perante a preocupação e a necessidade de mandar efectuar análises, emitiu a respectiva credencial sem qualquer tipo de dificuldade. Chegado ao dia da recolha de sangue, a serenidade estava presente porque não se tratava de uma primeira vez, nem seria a última certamente. O precioso liquido foi retirado e mandado para o competente laboratório para que os resultados surgissem.
Passada uma semana e após receber as análises em casa, os piores rumores confirmaram-se, havia uma gravidez indesejada confirmada.
Esquecemos-nos de referir no inicio do texto que toda a população conhecia o estado e a barriga já era por demais evidente devido ao estilo de vida que este homem levava. Rsss
Sim, homem com h pequeno e não com h grande, porque as análises foram trocadas. rsssss

Capítulo XXIII – Um questão de treino

Naquele dia o gado pastava sereno, enquanto o seu pastor olhava para o horizonte e quase perdia de vista o rebanho devido à imensidão de cabeças que este apresentava. O balir dos animais e respectivo entoar de chocalhos sem que ninguém o previsse foi subitamente interrompido pelo barulho de um motor de um jipe, da marca UMM. Eis que no seu interior viajava uma patrulha da GNR – Guarda Nacional Republicana ( não confundir com GNR – Grupo Novo Rock, porque esses só poderiam aparecer numa praia próxima de si, que tivesse dunas, lol lol); que prontamente e após terem imobilizado a viatura, seus dois ocupantes digiram-se ao pastor com a calma e tranquilidade que os caracteriza. Ao que um deles terá dito ao pastor: Então com a bicharada por aqui? Ao que obtiveram como resposta um sim algo tímido. Continuando a contemplar o cenário, o soldado ao aperceber-se da presença de cães de pastoreio, virou-se para o pastor e perguntou-lhe: Então estes cães são seus? Ao que o pastor retorquiu com um Não esclarecedor. Mas perante uma resposta tão pouco esclarecedora, o GNR continuou a insistir: Então mas você, anda a guardar nas ovelhas e estes cães não são seus? Nada disso, os animais apareceram por aqui e andam junto as ovelhas mas não são meus, respondeu o pastor.
Perante um dilema desta natureza, os membros da patrulha não se fizeram rogados e após terem solicitado as licenças dos cães, resolveram multar o pastor, por ausência destas.
Passado algum tempo, o pastor que era pessoa astuta, e após muito matutar teve a ideia de introduzir os seus cães num treino apurado, e assim, com toda a certeza nunca mais seria multado por falta de documentação. Não vamos aqui revelar a técnica utilizada, porque entendemos que o segredo é a alma do negócio (Lol), mas cada vez que o pastor chamava os seus cães, em vez de estes se deslocarem na direcção do dono como seria normal e previsível, estes fugiam a sete pés e desapareciam no horizonte parecendo foguetes rastejantes.
O treino é tudo na vida...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Capítulo XXII – As vezes atrasa


Tal como nos dia de hoje, a Estação de Garvão encontrava-se separada pela linha de caminho de Ferro, no entanto, na altura existia uma passagem de nível sem guarda, a qual permitia a passagem de qualquer tipo de veículo motorizado.
Hoje em dia, e após a modernização da linha férrea, os comboios para além de serem mais rápidos na ligação Lisboa/Allgarve, pouco ou nada se atrasam, ao contrário dos anos 80 e 90, em que os atrasos eram uma constante da vida. O nosso interveniente, nos anos 80, era sábio conhecedor dos horários dos comboios e nem precisava de utilizar as três regras fundamentais de quem procura atravessar uma passagem desta natureza, e que passamos a relembrar: PARE, ESCUTE e OLHE. Sempre que precisava de passar pelo dito local bastava olhar para o relógio e sabia sempre se vinha ou não algum comboio a passar. E sem qualquer tipo de stress pegava na motorizada, punho trancado a caminho da vila. Mas um dia, sim porque há sempre um dia, o cenário foi o mesmo de tantas e tantas vezes, só que quando se aproximou da passagem de nível afinal havia comboio. Tentou travar a velocidade da motorizada, mas esta perante a existência de gravilha deu de “nalgas”, e acabou por embater juntamente com o seu ocupante num dos estribos de uma das carruagens. Apesar do aparatoso acidente, o nosso interveniente acabou felizmente por recuperar dos traumatismos passado um belo bocado de tempo, e ao contrário do que se supunha não conseguiu exercer força suficiente para descarrilar o comboio.
Na mesma altura, um outro piloto do mesmo tipo de viatura também tentou fazer tombar um camião de transporte de combustível e não o conseguiu, tendo o seu esforço sido infrutífero. Lol Lol

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Capítulo XXI – Email de um presente distante

Pegando no ultimo post, e tendo em vista o uso das palavras, todos sabemos de uma forma directa ou indirecta, que estas servem para comunicar ou apenas para transmitir ideias.
Com o crescente desenvolvimento, sobretudo da tecnologia, surgiram nos últimos anos uma panóplia de novas ofertas, ele são os faxes, são o sms, são os mms e os mails. Mas vai ser sobretudo neste último item, os emails que nos vamos debruçar.
Existem pessoas que pelo facto de terem abandonado a província em tempos, e agora regressarem as suas supostas origens, acabam por trazer os seus conhecimentos de uma forma extremamente enriquecedora para todos nós. Lol lol.
A personagem, como não poderia deixar de ser, enquadra-se dentro do espírito dos “espertos “ que retratámos em cima, e perante a falta de redes telefónicas que emitam sinais em condições, bem como, o reduzido número de pessoas com acesso em casa à internet em Garvão, resolveu assumir um serviço público cuja tarefa se consubstanciou em algo parecido a um email que se desloca perante a vontade e capacidade das suas pernas. Os senhores do Sapo, do Meo e outras operadoras que se cuidem porque eles andem ai, e devido à velocidade de cruzeiro empreendida, facilmente os superarão. Lol lol

Capítulo XX - Concerto ou conserto? Eis a questão.

Ainda dentro da temática associada aos casamentos, não, não vamos aqui tratar dos votos que os noivos fazem relativamente ao seu novo estado, nem os desejos que os padrinhos ou convidados lhes manifestam, mas sim e tão simplesmente as bubas que neles surgem, ora de forma propositada ora espontânea. Lol lol
O casamento em questão teve como local de copo de água, a Barragem do Monte da Rocha, nas instalações que pertencem, ou pertenceram ao Instituto Português da Juventude e que hoje estão ao Deus dará.
Durante a tarde adivinhava-se que ia ser uma noite muito animada perante as dezenas de bebidas ingeridas, ao ponto de um dos convidados na altura em que chegou o camarão cozido, nem tinha reacção para os conseguir descascar, dai os ter comido por inteiros com cabeça e tudo. Lol lol
Já a noite caia, e as movimentações foram todas dar a Castro Verde, à Santa Loucura. Logo os demais clientes desse espaço nocturno aperceberam-se automaticamente quem é que iriam ser os reis da noite. Dança e mais dança, copos e mais copos, rapidamente o tempo galgou e estava na hora de regressar a casa. Regressados a casa, havia que entregar cada uma das “encomendas especiais”, no seu próprio domicilio porque na altura não existiam GPS, e não fosse algum se perder. Chegados à casa de um dos convidados, este resolveu colocar um instrumento musical as costas, e como não tinha chave para abrir a porta, resolveu bater à porta, e assim que se deparou com um dos familiares à janela, perguntou mais ou menos desta forma : “ A Senhora poderia-me dizer se é aqui que é o concerto”? Ao que esta lhe respondeu mais ou menos desta forma, e em acto simultâneo atirando as chaves: “Entra mas é casa, porque conserto não tens nenhum”!
Afinal qual das palavras estava bem empregue?

Capítulo XIX – Momento quase Dodot


O casamento foi bem regado, dai a dificuldade em sair do recinto da Casa do Povo rumo a casa. O arrastar dos pés foi uma constante, até chegar à porta do seu retiro. Tirou a chave do bolso, com enorme dificuldade, e perante a má pontaria feita à fechadura, todas as tentativas foram infrutíferas e como seria de esperar a porta manteve-se encerrada. Um familiar seu já se encontrava levantado a essa hora, e perante o ruído que ouviu proveniente da porta da rua, resolveu ir ver o que se passava. Mal este abre a porta, deparou-se com uma queda de costas por parte do “casamenteiro”, o qual com toda a certeza se assustou por ver a porta abrir-se por telepatia, lol lol.
Sem pestanejar ajudou-o a levantar num ápice, mas perante a algazarra feita na rua, uma vizinha resolveu aparecer no sentido de ajudar, o que veio a aconteceu. Chegados ao interior da casa, o “casamenteiro”, mesmo com a vizinha dentro de casa, descascou-se todo e sentou-se no sofá da sala de perna aberta e debruçando a cabeça sobre a mão ali ficou numa pose digna de substituir qualquer “David”.
Lá o conseguiram convencer a ir para o quarto, e perante a falta de ajuda, porque dizia que não precisava, resolveu vestir o pijama sozinho. No entanto como apenas encontrou uma peça de roupa à mão de semear, resolveu vestir uma t shirt pensando que se tratava dos calções do pijama. Lol lol
Experimentem a fazer o mesmo em casa, e vejam o resultado no dia seguinte.....

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Capítulo XVIII – À espera do Papa.


Na época, os torneios de futebol de salão por ocasião das comemorações do 25 de Abril em Ourique eram bastante concorridos, e a Freguesia de Garvão nesse ano apresentava várias equipas nos mais diversos escalões, incluindo duas equipas seniores, uma de Garvão e outra da Funcheira. Ambos as equipas chegaram às meias finais, e no dia seguinte o Clube Ferroviário da Funcheira tinha jogo do campeonato da INATEL, pelo que combinaram o seguinte, os elementos da equipa que não chegasse à final dos torneios de 25 de Abril, teriam que obrigatoriamente que se apresentar no “Estádio da Rotunda”, independentemente de os jogadores estarem ou não inscritos.
Chegado ao dia seguinte, e em virtude de uma das equipas não ter chegado à final, apresentaram-se os seus elementos no “Estádio da Rotunda”, equipados com as cores vermelhas típicas do clube Ferroviário, que com o sol que nesse dia existia ainda se tornaram mais reluzentes.
Um dos jogadores presentes, não se encontrava inscrito nesta equipa, mas jogou com o cartão de outro, pese embora fosse jogador federado em outra equipa do concelho. O jogo decorria com normalidade, mas o jogador federado, perante uma entrada mais violenta sobre o adversário, viu o arbitro apresentar-lhe um cartão vermelho directo sem vacilar, ao que este se insurgiu e sem qualquer tipo de contemplação deu-lhe um murro. Existiram mais cenas de violência para esse árbitro, mas em virtude de alguns leitores deste espaço serem menores de idade, resolvemos ficar, e por bem, apenas neste evento, rssss porque senão teríamos que contar que até as orelhas lhe morderam. Lol lol
Como consequência o jogador federado foi irradiado da prática do futebol, o que significa que teve que esperar anos e anos pela visita do Papa para que pudesse ser amnistiado.lol lol

Capítulo XVII – Os vizinhos

Os ânimos entre as duas localidades encontravam-se há anos ao rubro, e nem se podiam ver uns aos outros porque a rivalidade era tamanha. Apesar da proximidade, pertenciam a dois concelhos diferentes e tudo servia para cimentar esta animosidade, o futebol era apenas mais um pretexto e os jogos entre as duas localidades eram considerados na altura como sendo de alto risco.
Numa noite de bailarico, a “Brigada de Garvão”, resolveu ir assentar arraial no concelho vizinho, e a noite até foi bastante animada, fruto das inúmeras mines e das bifanas que servem sempre de suplemento vitaminico (sim porque na altura não existiam os gatorades, nem red bulls).
A “Brigada” na altura era composta por moços valentes e astutos de Garvão, e por onde quer que passassem havia sempre animação e cenas caricatas, algumas de bradar aos céus. Os seus membros ao abandonarem o local já de madrugada, resolveram trazer todos os vasos de flores que encontraram no concelho vizinho e transladaram-nos num ápice para a aldeia mais próxima, deixando estes às portas dos moradores dessa localidade. Agora imaginem o cenário de alguém que acorda no dia seguinte , e verifica que os seus vasos de estimação desapareceram todos, e que mais tarde ficara a saber que este se encontravam à porta dos seus “rivais”. E só podiam ter sido os vizinhos a fazer tamanha afronta. rsssss
Pelo que parece a rivalidade entre estas duas localidades já se desvaneceu, mas segundo consta, este episódio contribuiu significativamente para cenas de pugilato e afins. Nada como a “Brigada de Garvão” para contribuir para animação de grupos. rsssss

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Capitulo XVI Candeia que vai à frente alumia duas vezes


Na altura o Clube Ferroviário Funcheirense estava em forte, e era o ponto de encontro da malta, onde petiscos, cartas e copos “voavam” e as vezes até servia de ponto de encontro antes dos saudosos jogos de futebol no “Estádio da Rotunda”. Rsss
Na época, as operações Stop da GNR decorriam em locais habituais, (como a tradição já não é o que era, hoje em dia qualquer local serve para perseguir e montar a tabanca), nessa noite, dois elementos desta distinta força policial encontravam-se no cruzamento para a Funcheira a fazer tal tipo de serviço, munidos de novos equipamentos e respectivos artefactos.
O nosso interveniente residia na altura na rua que posteriormente veio a ser baptizada de Sésamo, e resolveu nas mesmas circunstancias de tempo dos GNRs deslocar-se a Ourique através do meio de transporte mais expedito que tinha à sua mercê, a motorizada. A noite já lhe trazia alguma névoa nos olhos devido aos penaltis que havia marcado na sede do Clube Ferroviário, e em fervorosa aceleração chegou num ápice ao cruzamento sempre a praticar zag zigs ao mais alto nível. No meio da neblina, ficou bastante perplexo ao verificar que ao virar para Ourique uma luz vermelha estranha cruzava-se no seu caminho. Nem pensou duas vezes e resolveu jogar a mão a tal coloração típica de boate e levou-a com ele, porque até poderia ser um enfeite de Natal. Rssss
No dia seguinte, e após o efeito dos penaltis ter passado o ex residente na Rua Sésamo, verificou que tinha na sua posse um “pirilampo” que era pertença da GNR, e resolveu o ir entregar a quem de direito, porque emprestado não é o mesmo que roubado. Rssssss
Agora imaginem a cara com que o operacional da GNR não terá ficado nessa noite, porque após ter dado sinal de paragem a um condutor, este arrancou-lhe a sinalização literalmente da mão e levou-a consigo.
Pese embora a campanha seja pouco ecologista, concordamos plenamente que mais vale ter iluminação a mais do que faltar. Rssssssssss

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Interlúdio

A titulo de interlúdio, e como a concepção dos capítulos dá uma enorme trabalheira, (rssss) queremos deixar a seguinte mensagem:
Caros Leitores, queremos agradecer os comentários até agora postados por todos vós. A titulo de desafio, caso se recordem de alguns factos caricatos ocorridos em Garvão que queiram partilhar com a nossa equipa, façam o favor de nós fazer chegar esse material através do nosso email, humormadeingarvao@gmail, . O que depois de confirmado e caso não seja ofensivo, irá com toda a certeza dar origem aos respectivos artigos com a isenção que já nos caracteriza.
Obrigado e bem haja a todos

sábado, 12 de setembro de 2009

Capítulo XV – Comer a dobrar

O pai dedicava-se à compra de animais vivos e nesse dia resolveu levar o moço para o acompanhar nas suas negociações. Compra não compra, vende não vende e a negociata estava cada vez mais a aproximar-se da hora de almoço, pelo que o dono do monte, resolveu convidar os dois para comerem com ele. O pai sabendo que o moço era bicoso, perguntou ao cicerone o que havia para almoço, ao que este lhe respondeu: “Jantar de couve”!. O pai fez uma careta e retorquiu: “Agradeço, mas não vamos poder almoçar, porque o meu moço não gosta de couve! O moço traquina andou a manhã inteira a brincar pelo monte, mas como o meio dia se aproximava com fúria, e a sua barriga já dava algumas horas, acabou por ouvir os dois homens a conversarem acerca do almoço, respondeu sem pestanejar: “Gosto de couve sim senhor”!
O pai ficou calado, mas sentiu-se embaraçado pela vergonha que o moço o fez sentir, mas acabou por aceitar o almoço.
Já sentados à mesa, cada vez que o pai olhava para o seu rebento, este até lambia os dedos de tão saboroso que estava o almoço, e o pai com uma daquelas vontades de lhe enxertar o pêlo, aí aí! Lol
Regressados a casa, e já com os animais comprados, o marido resolveu contar a vergonha que tinha passado com o moço mais pequeno à mulher, e disse-lhe: Amanhã o almoço vai ser jantar de couve!
No outro dia, há hora do almoço, encontrava-se o pai sentado à mesa mais os seus dois rebentos enquanto a mãe se preparava para servir os pratos, assim que o mais pequeno descobriu que a base era constituída por couve, começou a fazer uma birra: “Eu não como, eu não como, eu não gosto de couve! Ao que o pai lhe respondeu, “vais comer e vais comer mesmo”....
Cortámos aqui o desfecho da história, porque na altura não existiam comissões de protecções de menores que o salvassem. Mas entendemos que é de pequenino que se torce o cú ao pepino. Lol

Capitulo XIV – A Estreia Mundial


Os caminhos vicinais da nossa freguesia, são bastante bem conhecidos por todos nós, pelo que nos deparamos por vezes com algumas vias rápidas, mas em outros casos, os obstáculos a ultrapassar são por demais evidentes. Perante um cenário de chuva, qualquer uma das duas classificações acima indicadas cai por completo, devido à lama que resolve mostrar o ar da sua graça. E temos atascansos.
Naquele dia, o trajecto estava pré determinado e tratando-se de alguém conhecer de todas as “ratoeiras”, ia mais do que prevenido sentado na sua viatura. Passou um buraco, passou dois, e a confiança fez-se acompanhar no seu semblante, o trajecto decorria com a máxima segurança, e tranquilidade, porque devagar se vai ao longe.
Sem que nada o fizesse prever, subitamente atascaram-se, e nada mais havia a fazer, senão arranjar um veículo de tracção, que com o competente cabo de aço ajudaria a solucionar, com toda a certeza. O nosso interveniente, como na altura também era proprietário de um veículo com essas características, meteu-se a caminho utilizando a velha máxima de que todos os caminhos vão dar a Roma, e deslocou-se para casa a pé para manter a forma física. Sim, porque somos defensores da velha máxima: fazer exercício, dá energia e faz crescer (nem que seja o cansaço Lol).
Chegado a casa, pegou na machine, mas deparou-se com um problema. Tinha que arranjar um segundo condutor, porque só assim, conseguiria resolver o seu problema, e como todos sabemos é humanamente impossível, a mesma pessoa conduzir duas viaturas em simultâneo. Ao vislumbrar a presença de seu pai, nem pensou duas vezes e recrutou-o. O pai, pessoa conhecedora de todos os trajectos da vila incluindo os alternativo, só que estava habituado a conduzir veículos sem motor, e ao passar para a componente motorizada, iriamos com toda a certeza, ter uma estreia mundial.
Fizeram-se os dois ao caminho já montados no veículo de tracção, e o filho foi dando formação contínua ao pai, no que diz respeito a técnicas de arranque controladas e de qualidade. (Lol).
Já no local, e com o kit anti atascanso montado, o filho apresentou a táctica ao pai, a qual consistia no seguinte, o pai ocuparia o coockpit do veículo de tracção e o filho ficaria dentro da viatura atascada, e após este última ser rebocada tudo ficaria novamente bem. Ambos se montaram nas respectivas viaturas e o plano teria que ser escrupolosamente cumprido, para não haver falhas, nem qualquer tipo de percalço. O pai começou a acelerar a viatura de tracção, mas manteve o seu campo de visão compenetrado na parte detrás desta, para a ver o resultado do seu trabalho, acelerou, acelerou, e todos os corpos motizados se começaram a deslocar a alta velocidade. A velocidade foi tão alta e a compenetração tão grande, que a viatura de tracção parecia que se encontava na recta da meta numa prova motizada, tendo a vedação que se encontrava em frente, servido de bandeira de xadrez, a qual após ter sido derrubada deu lugar ao fim da corrida desenfreada. Lol
O problema foi resolvido, ambas as viaturas e seus ocupantes ficaram bem, apenas tivemos mais um abate clandestino de vedações na nossa freguesia, não sabemos o que o Senhores do Ambiente terão dito na altura. Lol lol

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Capitulo XIII – Satisfações, nem pensar

A idade já era avançada quando resolveu tirar a carta de condução, em cada aula que tinha procurava sempre convencer o instrutor para que este o deixasse meter a quinta velocidade, “Senhor instrutor deixe-me meter a quinta! Ao que este respondia sempre com um não bastante esclarecedor. Passava um dia e outro, e as aulas iam decorrendo com alguma normalidade, e a pergunta era sempre a mesma, “Senhor Instrutor deixe-me meter a quinta”! E a resposta nem se fazia esperar com o Não característico.
Um dia, porque há sempre um dia, ao ser mais uma vez solicitado para o deixar conduzir na quinta velocidade, o instrutor respondeu, “força, se a conseguir meter”! O esforço do aluno foi infrutífero, porque aquela viatura nunca na vida teve uma caixa de 5, mas apenas de 4 velocidades. Lol
Apenas se verificou ao longo das aulas um percalço digno de registo, e passou-se numa das ruas estreitas de Garvão, à medida que o carro se ia aproximando da parede, o aluno em vez de carregar no pedal do travão de pé, como seria de esperar, apenas dizia EI, OI, mas o carro sem ser de tracção animal não correspondeu. Lol
Já encartado, e num dos dias que regressava a casa, era seguido por uma viatura e sem que nada o fizesse prever, o ex aluno mudou repentinamente de direcção sem indicar qualquer tipo de mudança nesse sentido. A colisão não se deu porque não teve que acontecer. O outro condutor resolveu mudar também de direcção e persegui-o para poder pedir satisfações devido ao ocorrido. Estacionadas as duas viaturas, este protificou-se a pedir esclarecimentos: “O Senhor tem noção do que acabou de fazer? Com que então, muda de direcção e não faz pisca? Não lhe bati porque não calhou!”, ao que impavido e sereno o ex aluno lhe respondeu: “Mas eu tenho que dar satisfações a alguém para onde vou”!

Capitulo XII - O Primeiro Galáctico da História


A palavra galáctico tornou-se mais familiar no nosso vocabulário, a partir do momento em que em Madrid “caiu” uma enorme quantidade de estrelas, dos quais destacamos o “nosso” Luis Figo. Mas anos muito antes de o Real Madrid ter tal designação, e de alguém saber quem era Cristiano Ronaldo, porque ainda andava de fraldas, Garvão teve no seu plantel o primeiro galáctico conhecido da história.
Tinha chegado há relativamente pouco tempo, e de imediato se apresentou ao responsável pelo departamento de futebol da altura, como sendo um jogador de alto gabarito, com vasta experiência e sendo federado desde tenra idade. Perante à falta de novos valores, este responsável ao deparar-se com tamanha relíquia nem pensou duas vezes, e inscreveu-o de imediato na equipa de Garvão que militava na altura no campeonato da INATEL. Mais, prontificou a ir juntamente com o Galáctico a um loja de artigos desportivos, tendo em vista a aquisição todo o equipamento necessário (chuteiras, ou botas de futebol) para que este se podesse apresentar à massa associativa no jogo automaticamente a seguir.
Chegados ao jogo seguinte do campeonaato, o qual foi contra a equipa do Luzianes, o galáctico ficou no banco a aguardar impacientemente pela sua entrada em jogo, e para demonstrar todas as suas capacidades e artes futebolisticas.
O jogo foi decorrendo com normalidade, uma vez que na altura, nenhuma das duas equipas tinha grandes argumentos que pudessem apresentar, mas a multidão estava apenas impaciente a aguardar pela entrada do novo reforço, o qual com toda a certeza iria mudar o desfecho do jogo. Ao lhe ser dada ordem para o aquecimento, a mutidão manifestou-se automáticamente ao ver tamanho colosso do futebol a levantar-se do banco; até as novas botas de futebol bilhavam e encadeavam quem a isto assistiu. Feita a substituição, verificou-se automaticamente a capacidade fisica do jogador e a sua desenvoltura em campo, tendo os adeptos apenas ficado admirados com o facto de este correr sempre no sentido contrário ao que a bola seguia. Passado 15 minutos em campo, e após correr desalmadamente apenas conseguiu dar um pontapé brutal na bola, a qual foi parar a cascos de rolha, mas ressentiu-se do esforço e deu-se por vencido, devido a já não treinar há muito tempo. Lol, lol
Acabou por não ser determinante nesse jogo, e apenas devido a isso, este jogador abandonou o futebol no dia seguinte, o que foi um motivo de pesar para todos nós.
Mas hoje em dia podemos afirmar com toda a convicção, que o primeiro galáctico conhecido passou e fez história em Garvão.
Lol

Capitulo XI – Sair ou não sair, eis a questão


O Futebol enquanto desporto é igual a tantas outras coisas da vida, é composto por regras , riscos e por vezes também o factor sorte tem que estar presente. Mas o mais importante é todos os intervenientes conheçam as regras do jogo. Quando as regras são desconhecidas, ai sim podemos ter episódios hilariantes, como este que aconteceu.
Encontavamos-nos no “Estádio da Sardôa”, perante um jogo de treino das camadas jovens do Garvão, pensamos que juvenis; sim porque Garvão ainda teve em tempos uma equipa deste escalão, é provável que não se lembrem porque os feitos não foram muito grandes, mas o que interessa é competir e estar presente, porque o desporto dá saúde e faz crescer. A equipa aqueceu bastante bem, mas o treinador na altura, pouco ou nada percebia de futebol, uma vez que a especialidade dele era outra, mas quem dá o que tem não merece castigo, como era o caso. O treinador deu as respectivas instruções, melhor dizendo, procurou colocar o onze inicial em campo e ver como é que estes se desenrascavam. Agora já perceram porque razão este tema surge no Capitulo XI, lol lol.
Nesse dia o sol irradiava, e havia bastante luz, mas para quem nunca tinha jogado à bola principalmente futebol de onze, até o astro rei atrapalhava, o que era o caso do nosso lateral direito. Lateral esse, que apesar de dar uns toques na bola, nunca se tinha estreado num recinto tão grande como aquele, não sabia qual o papel que cabe a um lateral e estava com os nervos estavam à franja da pele. Poderão vizualizar as medidas do campo na foto e imaginar a situação.
Para quem conhece as regras do jogo, ou até jogou futebol alguma vez na vida, o papel que cabe aos defesas é assegurar a defesa das redes da sua baliza, e garantir que nenhum jogador da outra equipa fique em jogo ou em linha com eles, por caso contrário o arbitro e seus auxiliares nada assinalarão, e em caso de golo este será sempre validado. Daí existir uma expressão típica que é utilizada pelos defesas, treinadores e guarda-redes, que consiste na palavar “SAI”, e cujo comando determina que todos os defesas procurem ficar em linha o mais rápidamente possível, com o objectivo de deixar os adversários em fora de jogo.
O nosso lateral desconhecendo esta terminologia e desconhecendo sobretudo as funções do lateral, estava constantemente a colocar o adversário em jogo, e só ouvia a multidão a gritar-lhe “SAI”. O treinador ao não conseguir vencer a multidão, juntou-se a esta, e cada vez que havia uma recuperação de bola por parte da sua defesa, gritava para esse jogador, “SAI; SAI”. Passados alguns minutos, o jogador na sua passada tipica de corrida (lenta) veio ter ao banco, e disse ao treinador: “Mister quem é que entra no meu lugar”? Lol lol
Podemos até falar o mesmo idioma, agora quem não percebe as regras ou não conhece o sentido que deve de ser dado as palavras, comente estas peripécias, e poderá sempre dizer que passou ao lado, mas mesmo ao lado de uma grande carreira. Lol


Capitulo X - Senão Caiu, já não Cai



Na época havia a necessidade de arranjar trabalhadores para a estação de tratamento de àguas, que se encontra actualmente edificada na Barragem do Monte da Rocha. Apresentou-se ao recrutamento uma equipa altamente treinada e qualificada à luz do Protocolo de Kyoto, composta de pedreiros e serventes de Garvão, Lol; a qual devido ao curriculo apresentado, foi automáticamente contratada sem qualquer tipo de objecção. Com o inicio da laboração, devido a esta equipa a obra nunca mais foi a mesma, e ainda estamos para descobrir como é que aquele espaço ainda se encontra de pé volvidos estes anos todos, mas o que importa é narrar alguns dos episódios mais divertidos que aconteceram durante esta jornada.
1- A Requalificação - Como já referimos, tratava-se de uma equipa tão especializada que um dos indivíduos apresentou-se como pedreiro, acompanhado de todo o seu material didactico novinho em folha. O encarregado da obra, ao ver este a apresentar-se acompanhado de um balde novo, colheres de pedreiro novas, nível novo e até o prumo nunca tinha sido usado, desconfiou, mas nada lhe disse. Com o desenrolar do dia, e com o desenvolvimento do trabalho deste, teve direito a uma requalificação inédita, conseguiu passar no mesmo dia, de pedreiro contratado a ajudante de servente. Lol lol
2 - Uma questão de medidas – Para quem está familiarizado com o universo da obras, sabe perfeitamente que existem algumas medidas a ter em consideração, nomeamente na concepção da massa (cimento), mas que em outros campos existe alguma discricionariedade da parte de quem está a elaborar a tarefa. Num dos primeiros dias de laboração, havia um dos trabalhadores altamente especializados, Lol, que foi encarregue de pegar na batoneira e fazer massa, ao que alguém lhe disse: “vais fazer agora massa porque os pedreiros estão a precisar, e para a fazer, precisas de x baldes de cimento, para x baldes de areia”. Ao que ele respondeu: “ e quantos baldes de àgua meto? Neste momento a equipa desmoronou-se a rir, porque nunca ninguém altamente especializado perguntaria tal. Lol.
Mas este trabalhador foi alvo de mais algumas situações caricatas: chegou a ser encarregue de procurar no local da obra, pela régua de medir os cantos as casas (para quem não sabe, este tipo de régua é a mesma medida que serve para medir os gambuzinos lol ), ardua tarefa essa, que levou uma manhã inteira a desenvolver; num outro dia, e perante a necessidade de partir tijolos ao meio, tarefa a qual por si só não é nada fácil, sobretudo quando estes se encontram mal cozidos, ele perguntou: “quantos cêntimetros para que lado”? O que determinou uma gargalhada geral pelos restantes membros da equipa.
3- O silêncio por vezes é de ouro – Nessa mesma obra, existia um membro que era conhecido pela nossa equipa, que cada vez que alguém lhe dizia algo mais puxado para o lado da cueca, ele respondia agarrando nas suas partes genitais: “Agarra mas é aqui”! Passou um dia, passaram dois, e a resposta era sempre a mesma. Um dos elementos da equipa altamente especializada, já farto de ouvir constantemente este tipo de resposta, colocou-se um dia, nas imediações do tipo do “agarra mas é aqui” e assim que ele respondeu com o seu chavão, nem o deixou pestanejar, agarrou-o nas partes genitais, e perante o seu ar incrédulo e voz mais fininha, resolveu que este devereria ir dar uma volta por toda a obra. Durante esse percurso à obra, ele com voz fininha acenou e cumprimentou todas as pessoas que via e nunca mais o ouvimos voltar a dizer “agarra mas é aqui”. Lol lol Para grandes males, grandes remédios

Capitulo IX - O Carteiro bate sempre duas, três ou até mais vezes


Era o primeiro dia, como se fosse o resto da sua vida. A farda estava pronta, a viatura de cor vermelha estava afinada e carregada com contas, cartas e até encomendas que todos aguardavam. Os nervos estavam presentes, mas nada o demovia do seu serviço.
Chegados à localidade, rua abaixo talvés ao som de Lou Reed, “sempre na sua, sempre cheio de speed”, a cor vermelha tornou-se enganadora, e deu lugar a uma pigmentação mais viva (Ferrari), e ambos começaram a ganhar velocidade, o que não seria de estranhar. Apesar de só nos filmes assistirmos a esta metamorfose, pelo menos durante uma manhã em Garvão, tivemos imagens ao vivo do filme “Transformers”, como se de uma ante estreia se tratasse; o carro ganhou vida e acabou por fazer o papel do seu condutor, bateu, bateu mas ninguém o atendeu. Lol
Felizmente que os estragos não foram consideráveis, apenas se atrasou a entrega do expediente, tudo isto porque o carteiro bate sempre duas, três ou até mais vezes.


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Capitulo VII - 25 de Abril Sempre



Para as gerações mais novas este tema poderá pouco ou nada significar, uma vez que apenas se recordam desta data por causa dos espectáculos que decorrem à borla um pouco por todo o lado. Mas nos ferverosos anos 90, para o people o significado era precisamente o mesmo, apenas nos interessavamos em ir para Odemira por causa das luzes de todos os eventos ai decorrentes. Nestas incursões para essa maravilhosa e mitica localidade, como não existiam muitos transportes disponíveis, o people era unido e ia tudo em conjunto. Nessa altura, tinhamos o “patrocínio” de uma casa comercial de Garvão cujo transporte em parte nos era garantido, e toda a frota servia para nos garantir tal acesso, mesmo que alguém tivesse que ir tapado por mantas na parte detrás dos carros comerciais para não dar muito nas vistas. Lol. Para repasto levavamos latas de salsichas em formato XXXXL, grades de mines e um fabuloso brandy chamado L34, o qual era expressamente proibido aproximar de qualquer fonte de combustão, porque era melhor do que qualquer solução que hoje em dia exista no mercado para atear fogareiros e afins. Lol
Agora que o enquadramento social e alcoólico já se encontra feito, vamos passar a relatar algumas histórias mirabolantes passadas nessa localidade por ocasião do 25 de Abril.
Episódio 1 – Os poderes do L34 - A noite estava cerrada por nuvens, e São Pedro preparava-se para fazer das suas, mas tal cenário não demoveu o people e fomos todos para Odemira. Não me recordo o nome da banda que estava a actuar, apenas sei que eram ingleses e estavam numa onda de pop rock, mas o people do grupo encontrava-se todo a curtir em frente ao palco. Sem que ninguém o prevesse (Lol) começou a chover como quem derramava cântaros, e como evidente todas as pessoas normais procuraram um resguardo para não se molhar. Mas tal não aconteceu na totalidade, porque duas “almas penadas” ficaram à frente do palco a curtir o som, como senão existisse amanhã. E o vocalista da banda apenas dizia, “Vocês são um público maravilhoso, não desistam”. O resto dos invejosos que assistiam ao espectáculo, ao verem tamanha manifestação de jubiloso por parte daquelas duas almas, resolveram deixar de lado os seus preconceitos e acabaram por se fazer também à chuva, tendo acabado tudo num frenesim de lama. No meio dessa confusão, uma chave de carro foi perdida, mas alguém a encontrou com a maior das naturalidades, porque o brandy L34 para além de ajudar a fazer iluminação de palco, dava um visão bastante apurada. Lol
Episódio 2 – A salvar vidas - Era de tarde e perante a possibilidade de São Pedro preparar mais uma das dele, a organização resolveu passar o espectáculo agendado para noite, para o interior do cine teatro de Odemira. Na altura o espaço era acolhedor e intimista, dai ter havido a necessidade de um dos elementos do grupo ter ficado a aguardar por lugar na fila. Quando as portas abriram, surgiram cerca de vinte novos elementos a mais na fila porque quem estava a ocupar o lugar representava estes todos. Com o poder de negociação que o people tinha não houve desacatos e todos perceberam perfeitamente que tinhamos que entrar fosse a bem ou fosse a mal Lol. Já nos esqueciamos de referir qual o concerto que fomos assistir, não sei se o projecto ainda existe na actualidade, mas tratava-se dos Lua Estravagante, grupo o qual era composto por uma presença feminina, Filipa Pais, e tinha como cantores o Vitorino e o seu irmão Janita Salomé. Quanto ao reportório incidiam bastante em temas de Zeca Afonso e temas de intervenção, cujo enquadramento estava bastante bem, para o tipo de comemoração que se vivia.
Iniciado o concerto, a primeira fila do cine teatro era totalmente composta por malta de Garvão, mais os amigos que os acompanhavam. Como esta geração se encontrava bastante familiarizada com aquele tipo de som, e sobretudo com as letras, toda o people acompanhou o grupo em todos os temas. Mas aqui que ninguém nos ouve, deixem dizer-vos que a presença da Filipa Pais, na altura inspirava qualquer trovador por mais desafinado que fosse. Lol
Perante tamanha aceitação por parte da primeira fila, dois dos cantores (Filipa Pais e Vitorino) ficaram bastante admirados e até se manifestaram de forma agradada pela nossa presença. Passado algum tempo, conseguimos obter uma reacção do Janita Salomé, após ele ter visto uma espécie de isco passar de mão em mão na primeira fila, o que o fez ficar parado no palco e de boca aberta e a pedir encarecidamente que a garrafa de gin lhe chegasse também ás mãos. Como o people era tudo boa gente, sem qualquer problema acabamos por enviar a garrafa para cima do palco e ajudamos a salvar uma vida humana.
Episódio 3- Bom filho à casa torna- todos os anos em que nos dirigiamos a Odemira havia sempre alguém que se perdia, o que era tão natural como a nossa sede; não existiam telemóveis nem outras tecnologias, apenas os gritos e esperas permitiam a malta encontrar-se depois dos afazeres. Mas acabámos sempre por trazer todos os filhos de regresso a casa. Lol
Só por causa da malta regressar sempre a casa são e salvos, podemos hoje dizer 25 de Abril Sempre

Capitulo VII - Eu Avisei, Não Avisei!




Quando completaram dezoito anos de idade, tornou-se obrigatório a sua presença ao nível da inspecção militar, como são todos da mesma terra, resolveram rumar a Lisboa em conjunto. Um dos intervenientes desta história, fala Português mas alternativo. É tão alternativo que apenas as pessoas que lidam com ele mais próximamente o conseguem perceber, regra geral. A pessoa em causa não tem culpa desse facto, uma que vez que isto apenas se agudizou infelizmente devido a um problema de saúde.
Já no interior do quartel, e uma vez separados segundo as habilitações literárias, um dos amigos que ia com esse jovem, procurou abordar um dos soldados presentes nessa triagem, por forma a o acompanhar, ao que lhe terá dito algo do género. “O sr desculpe mas ele tem um problema na linguagem e era melhor eu o acompanhar”! Ao que respondeu o soldado de cima da sua arrogante figura: “Estamos na tropa, aqui toda gente entende toda gente”. O amigo perante este tipo de resposta, ficou incrédulo mas seguiu o seu rumo segundo as habilitações literárias que era titular.
Passado algum tempo, surgiram os tropas desesperados à procura do fabuloso intérprete, uma vez que ninguém conseguia perceber nada de nada. Ao que respondeu o amigo com um sorriso nos lábios: “Eu avisei, não avisei”!

Capitulo VI - Geração 600


Somos da geração marcada pela presença de velhas glorias do asfalto a rodarem nas mãos do people, uma vez que, não havia dinheiro para comprar outros carros que não fossem fiats 600. Carros os quais, se tornaram lendas em Garvão, quer devido as suas prestações, quer devido as peripécias ocorridas dentro deles.
O mais famoso de todos, era de cor vermelha, as portas davam para apanhar o people em andamento, algo que era perfeitamente normal devido à velocidade que atingia. É verdade sim, uma vez em estrada velha plana, uma lebre a correr à frente dessa viatura conseguia ser mais rápida do que este. Nos nunca gostamos muito de técnologia italiana, excepto ferraris, mas há que reconhecer que um carro que cada vez que se ligava o rádio desligava automaticamente as luzes, e que chovia quase mais dentro dele do que na rua, é muito à frente. Lol
A ultima trasacção do vermelhinho, ficou no valor de cinco contos, quantia que na altura era simbolica atendendo ao nível de vida, e foi até não dar mais e sua “morte”, ter ocorrido junto à placa da ribeira.

Capitulo V - Baywatch




Este post não tem qualquer tipo de patrocínio de um espaço nocturno algarvio, mas passou-se na noite daí ter ficado capitulado desta forma, Lol. Numa das noite de loucura total e perante a necessidade de se fazer o trajecto alternativo para Ourique, via barranco e reserva de caça, uma vez que as caldeiras já se encontravam em alta fermentação. O condutor mais o seu fiel co-piloto resolveram nessa noite de chuva intensa atravessar esse famoso barranco conhecido por tantos de nós. Aproximados do barranco, o condutor perguntou ao seu adjunto: “Será que passa?”, ao que ouviu como resposta, “passa”. Ainda o carro mal se tinha feito ao pontão, e já estava dentro do barranco armado em pato, tal como se tivesse na pescaria. Perante o caudal apresentado nada mais havia a fazer a não ser abandonar a viatura, e no outro dia logo se via o que poderia ser feito.
Passado algum tempo, uma outra equipa resolve fazer o mesmo percurso, e qual não é o espanto em que vislumbram um carro cuja matrícula era conhecida com a frente embrenhada no barraco. Um dos seus ocupantes, nem pensou duas vezes, tirou a roupa e atirou-se para dentro do barranco com o objectivo de salvar quem estivesse no carro. Foi complicado retirar essa pessoa dentro de àgua devido à força da corrente, mas acabaram por o conseguir e não houve problemas de maior para ele.
É de ressalvar este acto de amizade e de heroismo, porque poucos de nós fariamos o mesmo, felizmente que tudo acabou bem.

Capitulo IV - Circuito Alternativo

Em tempos Garvão teve uma prestigiada equipa de ciclismo, cuja carolice de uma pessoa foi e será sempre de inaltecer, porque ao menos dinamizou outro tipo de desporto que não o futebol. Não é que tenhamos nada contra o futebol, mas outros desportos fazem falta e são necessários. Enquanto a equipa de ciclismo existiu, todos os anos por ocasião das Festas de Garvão, existia uma prova desta modalidade, a qual era composta por um circuito de 15 voltas em torno da vila, cuja duresa era por demais evidente. A prova iniciava-se no Largo da Amoreira em direcção ao Largo da Palmeira, passava pela Rua de Ourique em direcção à Rua da Sardôa, e depois era sempre a descer pela Estrada Nacional até à Rua do Dr. Loução.
Em finais dos anos oitenta, um prestigiado ciclista desta formação sempre que ia treinar para esse circuito, levava mais tempo sentado nos bancos do Largo da Amoreira, do que propriamente a pedalar, e cada vez que era visualmente observado pelo responsável da equipa era-lhe comunicado para ir fazer o circuito.
Chegados ao dia da prova, e como seria de esperar, esse ciclisma estava numa forma excepcional e tinha-se tornado um especialista neste circuito, pelo que ninguém se admirou que ao final da primeira volta já viesse destacado na cauda do pelotão. Lol Continuou a manter a sua pedalada, mais uma volta, e continuava a lutar com o carro vassoura pela sua classificação. Outra volta e novamente na mesma posição. Passado algumas voltas ao circuito, qual não foi o espanto da multidão que assistia a esta prova, o mesmo ciclista que acabara de competir na volta anterior com o carro vassoura, vinha integrado no pelotão em local de destaque. A multidão estava ao rubro, devido a tamanha façanha. Ele não concluiu a prova nesse ano, apenas porque era muito dura como já haviamos referido, e esquecemos de dizer que o desvio para o poço da Sardôa não fazia parte do circuito principal da prova, mas que deu um grande jeito, deu. Lol lol

Capitulo III - Ajuda, a palavra mais internacional do nosso dicionário


Como é habitual todos os anos pelas Festas de Garvão, durante o domingo de tarde há a largada de touros pelas ruas. No ano de 1991 ( ou talvés 1992), no respectivo domingo, decorreram vários eventos antes da largada, incluindo a apresentação de um rancho de folclore argavio. Essa apresentação, foi feita no Largo da Palmeira junto à cabine telefónica, e para o efeito foi montado um estrado para os tocadores, e os bailarinos dançavam no chão.
Acabada a actuação do rancho, o estrado foi mantido no mesmo local, e para quem se recorda, a largada de touros nessa altura, contemplava também a totalidade do Largo da Palmeira, logo aquele espaço estaria destinado também as incursões dos touros.
Como todos sabemos existem algumas palavras, cujo significado e respectiva codificação é universal, basta pensarmos nas palavras STOP, WC, Hospital, Hotel, etc. Nesse ano, estava perante nós uma senhora estrangeira, que se encontrava com a familia a assistir à respectiva largada, e que nunca ninguém havia conseguido ouvir ou arrancar uma palavra que não fosse no seu idioma original. Nós pelo menos nunca haviamos ouvido o quer que seja em Português e estavamos todos os anos com ela pelas férias.
A referida senhora, foi precisamente para cima do estrado que serviu para o rancho folclorico, o qual se encontrava apinhado de gente. O touro passou várias vezes ao lado do estrado, sem qualquer tipo de investida nem causando qualquer problema aos seus utilizadores. Já a largada decorria há mais de meia hora, e o estrado encontrava-se firme e hirto que nem uma rocha (Lol), um dos nossos conterrâneos à rasca, e sentindo o bafo do touro nas pernas, saltou para cima daquele poleiro, e este abateu-se tal como um castelo de cartas. O pobre do animal ao ver este cenário tetriano (palavra derivada do jogo tetris, lol), parou e ficou apenas a observar, porque ele próprio se assustou. Todos em cima uns dos outros e no meio dos escombros a tentarem safar-se o mais rápidamente possível, acabámos por ouvir num tom alto e para quem quisesse ouvir a seguinte palavra com sotaque estrangeiro: “AJUDA, AJUDA”! Tratava-se da senhora que haviamos indicado.Felizmente que tudo não passou de um susto, e que ninguém ficou ferido, mas ficamos desta forma a conhecer a palavra mais internacional do nosso dicionário. Lol

Capitulo II - O Outro Pantera Negra

Todos sabemos a importância que o Eusébio teve ao nível do futebol nacional, independentemente de clubismos ou de simpatias. A sua lenda acabou por lhe conceder o nome de “Pantera Negra”, o que irá para sempre o imortalizar, quer pela sua postura em campo, quer pelos “tiros” que disparava contra as balizas adversárias, a quem nem o aranha negra no famoso jogo contra a antiga união soviética, se safou.
Decorriam os anos noventa, e um grupo de pessoas ligadas a Garvão resolveram organizar um jogo entre as Antigas Glórias do Benfica e as Velhas Glorias do Garvão, cujo cabeça de cartaz era o “Pantera Negra”. A divulgação foi feita, a malta mobilizada, e chegado ao dia do evento, o “Estádio da Sardôa”, encontrava-se ao rubro pela moldura humana que apresentava. Ao chegar o autocarro do Glorioso, todos tentava acercar-se o mais próximo dele, porque assim poderiam comprimentar e estar mais depressa próximo do seu idolo, e diziam: “Olha o Eusébio, olha o Pantera Negra”!
Sairam vários ex jogadores do Benfica, mas no interior do autocarro permanecia “Eusébio”. Quando “este” resolveu sair, qual não foi o espanto da multidão, a tez negra mantinha-se, no entanto o seu nome não era Eusébio, mas sim Matine. Matine havia também sido jogador do Benfica, e foi o único jogador negro que se apresentou com as vestes do Glorioso. Desconhecemos a razão que invalidou a vinda de Eusébio para esse evento, mas acabamos por ter outra pantera negra entre nós, e o jogo foi uma maravilha. Mas no fundo trata-se um episódio engraçado que ninguém levou a mal.

Capitulo I - A Princezinha do Agreste

Corriam os anos oitenta já para o seu fim, e uma vez que na altura não existiam automóveis à mão de semear, excepto os dos papás, e apenas alguns afortunados os tinham em seu poder, logo, o people tinha que andar ou de motorizada ou então à boleia. Numa das noites tipicas da nossa vila, encontrava-se a malta toda apeada no Largo da Amoreira, à espera que uma alma caridosa arranjasse boleira para a Estação das Amoreiras porque havia lá festa. Como o tempo ia passando, o people, resolveu começar a emborcar uma mines, porque a seco ninguém espera e o tempo passa mais rápidamente quando se deixa ter a noção do mesmo, lol.
Havia chegado nessa época, a famosa “Princezinha do Agreste”, a qual pela sua dimensão e contexto dava bastante nas vistas, e só pelo facto de carregar caixões no seu interior metia respeito a qualquer um. O seu dono, nessa noite resolveu vir ver como as coisas estavam pelo Largo da Amoreira, e acabou por encontrar o pessoal todo a beber mines e desmotivados devido a não poderem ir a outro concelho demonstrar os seus dotes artisticos; se naquele tempo existisse o programa televisivo “Dança Comigo” qualquer um deles seria um rei das pistas., lol
O dono da princezinha do Agreste, perguntou à malta: “Então moços, não vão para as Amoreiras à festa?
Não, porque não temos transporte! Responderam quase todos em uníssono. E o diálogo ficou por aqui porque era das poucas frases completas que o people ainda conseguia dizer sem que a voz lhes falhasse, porque torno a referir, as mines estavam a escorregar muito bem.
O dono da Princezinha, foi-se embora a pé, e passados alguns minutos, veio acompanhado pela respectiva “Senhora”, a qual mesmo com caixão amovível no interior e formas voluptuosas, não deixava de ser um veículo e uma legitima forma de transporte. Mal a estacionou, virou-se para o people: “ Quem quiser ir paras as Festas das Amoreiras toca a entrar”! Entrou a malta toda sem qualquer tipo de resposta.
Já não me recordo o número que compôs a lotação desse veículo, mas que ia superlotada, ia, e até o caixão foi utilizado no percurso, e fomos sempre a beber mines. Agora imaginem a cara das pessoas que estavam nas Amoreiras quando viram chegar a Princezinha do Agreste, com todo o seu contéudo para as festas.

Introdução


Este blog foi criado tendo em vista a narração de factos caricatos e que devido à sua natureza ficaram de alguma forma marcados na nossa memória e na história de Garvão. Todas as histórias aconteceram, mas entendemos por bem, salvaguardar a identificação dos seus intervenientes, surgindo os nomes de uma forma fictícia. Não se pretende desta forma caricaturar nem afectar a imagem de ninguém, trata-se apenas de humor puro.
Para darmos melhor consistência a alguns pontos desconhecidos resolvemos criar os respectivos diálogos e enquadramento. o que vem embelezar todas estas peripécias. Fiquem desde já cientes que comentários depreciativos não serão aceites, bem como ataques pessoais, coisa que tem vindo a acontecer com demasiada frequência em blogs desta freguesia.
Não se aceitam reclamações relativamente ao novo acordo ortográfico uma vez que somos todos portugueses, e já basta os naturalizados na selecção nacional. Lol