terça-feira, 3 de novembro de 2009

Capítulo XXVI – Calibrada sem dúvida alguma


Pegou na caçadeira, fez pontaria à televisão, fez pontaria ao irmão que estava sentado no sofá da sala e a vários objectos que se encontravam em seu redor, para verificar se a mira do “ferro” estava em condições. Por fim, resolveu virar a arma para o ar, carregou no gatilho, e esta disparou-se automaticamente, causando para além do estrondo um grande rombo no telhado. Ficou atónito, como não seria de admirar, uma vez que pensava que a arma estava descarregada, e caso tivesse premido o gatilho antes, teria sido uma desgraça.
Mas como não era dia de caça, outros dias e outros tiros haveriam de ser dados tendo este a certeza que aquela arma estaria devidamente carregada.

Capítulo XXV – Tudo tem o seu valor acrescentado

Os contos ainda perduravam nas trocas comerciais mas os euros já avizinhavam a sua presença, mas independentemente da escolha de uma ou outra moeda, a quantia era substancial, e o dinheiro estava destinado para a compra de uma viatura, a qual daria bastante jeito na lida do monte. Até a data do negócio já estava assente no calendário.
Na altura, os jornais diários começaram a apresentar um outro tipo de publicidade personalizada, e para quem não tivesse companheira ou fosse mais impressionável, poderia perder horas e horas a sacar os números de telefone das folhas centrais do correio da manhã, a maior parte deles de valor acrescentado.
Todos os santos dias, ele sacava números e mais números, e ligava para suas novas “namoradas”. Um novo dia era sempre igual ao anterior. Passava-o agarrado ao auscultador a ouvir gemidos e outros incentivos de cariz sexual. A Portugal Telecom ao aperceber-se da brutalidade que a conta já apresentava, resolveu acabar-lhe com as “coisas boas da vida”, com a a apresentação da factura; cujo valor correspondia sensivelmente ao montante que este tinha para a compra da viatura. Rsss
Emitido o recibo, nem dinheiro nem viatura e tudo voltou a ser como dantes...

Capítulo XXIV- Gravidez indesejada



A barriga já era por demais evidente e toda a população conhecia o seu estado. O médico perante a preocupação e a necessidade de mandar efectuar análises, emitiu a respectiva credencial sem qualquer tipo de dificuldade. Chegado ao dia da recolha de sangue, a serenidade estava presente porque não se tratava de uma primeira vez, nem seria a última certamente. O precioso liquido foi retirado e mandado para o competente laboratório para que os resultados surgissem.
Passada uma semana e após receber as análises em casa, os piores rumores confirmaram-se, havia uma gravidez indesejada confirmada.
Esquecemos-nos de referir no inicio do texto que toda a população conhecia o estado e a barriga já era por demais evidente devido ao estilo de vida que este homem levava. Rsss
Sim, homem com h pequeno e não com h grande, porque as análises foram trocadas. rsssss

Capítulo XXIII – Um questão de treino

Naquele dia o gado pastava sereno, enquanto o seu pastor olhava para o horizonte e quase perdia de vista o rebanho devido à imensidão de cabeças que este apresentava. O balir dos animais e respectivo entoar de chocalhos sem que ninguém o previsse foi subitamente interrompido pelo barulho de um motor de um jipe, da marca UMM. Eis que no seu interior viajava uma patrulha da GNR – Guarda Nacional Republicana ( não confundir com GNR – Grupo Novo Rock, porque esses só poderiam aparecer numa praia próxima de si, que tivesse dunas, lol lol); que prontamente e após terem imobilizado a viatura, seus dois ocupantes digiram-se ao pastor com a calma e tranquilidade que os caracteriza. Ao que um deles terá dito ao pastor: Então com a bicharada por aqui? Ao que obtiveram como resposta um sim algo tímido. Continuando a contemplar o cenário, o soldado ao aperceber-se da presença de cães de pastoreio, virou-se para o pastor e perguntou-lhe: Então estes cães são seus? Ao que o pastor retorquiu com um Não esclarecedor. Mas perante uma resposta tão pouco esclarecedora, o GNR continuou a insistir: Então mas você, anda a guardar nas ovelhas e estes cães não são seus? Nada disso, os animais apareceram por aqui e andam junto as ovelhas mas não são meus, respondeu o pastor.
Perante um dilema desta natureza, os membros da patrulha não se fizeram rogados e após terem solicitado as licenças dos cães, resolveram multar o pastor, por ausência destas.
Passado algum tempo, o pastor que era pessoa astuta, e após muito matutar teve a ideia de introduzir os seus cães num treino apurado, e assim, com toda a certeza nunca mais seria multado por falta de documentação. Não vamos aqui revelar a técnica utilizada, porque entendemos que o segredo é a alma do negócio (Lol), mas cada vez que o pastor chamava os seus cães, em vez de estes se deslocarem na direcção do dono como seria normal e previsível, estes fugiam a sete pés e desapareciam no horizonte parecendo foguetes rastejantes.
O treino é tudo na vida...