quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Capitulo I - A Princezinha do Agreste

Corriam os anos oitenta já para o seu fim, e uma vez que na altura não existiam automóveis à mão de semear, excepto os dos papás, e apenas alguns afortunados os tinham em seu poder, logo, o people tinha que andar ou de motorizada ou então à boleia. Numa das noites tipicas da nossa vila, encontrava-se a malta toda apeada no Largo da Amoreira, à espera que uma alma caridosa arranjasse boleira para a Estação das Amoreiras porque havia lá festa. Como o tempo ia passando, o people, resolveu começar a emborcar uma mines, porque a seco ninguém espera e o tempo passa mais rápidamente quando se deixa ter a noção do mesmo, lol.
Havia chegado nessa época, a famosa “Princezinha do Agreste”, a qual pela sua dimensão e contexto dava bastante nas vistas, e só pelo facto de carregar caixões no seu interior metia respeito a qualquer um. O seu dono, nessa noite resolveu vir ver como as coisas estavam pelo Largo da Amoreira, e acabou por encontrar o pessoal todo a beber mines e desmotivados devido a não poderem ir a outro concelho demonstrar os seus dotes artisticos; se naquele tempo existisse o programa televisivo “Dança Comigo” qualquer um deles seria um rei das pistas., lol
O dono da princezinha do Agreste, perguntou à malta: “Então moços, não vão para as Amoreiras à festa?
Não, porque não temos transporte! Responderam quase todos em uníssono. E o diálogo ficou por aqui porque era das poucas frases completas que o people ainda conseguia dizer sem que a voz lhes falhasse, porque torno a referir, as mines estavam a escorregar muito bem.
O dono da Princezinha, foi-se embora a pé, e passados alguns minutos, veio acompanhado pela respectiva “Senhora”, a qual mesmo com caixão amovível no interior e formas voluptuosas, não deixava de ser um veículo e uma legitima forma de transporte. Mal a estacionou, virou-se para o people: “ Quem quiser ir paras as Festas das Amoreiras toca a entrar”! Entrou a malta toda sem qualquer tipo de resposta.
Já não me recordo o número que compôs a lotação desse veículo, mas que ia superlotada, ia, e até o caixão foi utilizado no percurso, e fomos sempre a beber mines. Agora imaginem a cara das pessoas que estavam nas Amoreiras quando viram chegar a Princezinha do Agreste, com todo o seu contéudo para as festas.

4 comentários:

  1. rsss afinal isso sempre aconteceu

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  2. A história mais engraçada está relacionada com a primeira deslocação da princesinha em serviço, num funeral na zona da Aldeia das Amoreiras (eu, o dono da dita cuja e um senhor que vende bebidas)
    Talvez o dono da princesinha se lembre bem da história.

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  3. E seria possível ficarmos a saber o que se passou nessa primeira deslocação, ou a história mete bola vermelha no canto direito do ecran? Lol

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  4. Não, não mete bola vermelha!!! Pergunte sff ao Sr. que vende os vinhos que ele conta-lhe a história. Sinceramente, há detalhes que já se varreram da minha memória longa.
    Podia dar-lhe o meu contacto, mas cálculo que queira manter o sigilo. Rsrsrsrs...
    Aproveito para Lhe dar os parabéns pelo excelente blog.

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